O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), reafirmou que será pré-candidato a deputado federal nas eleições de 2026 e ainda revelou uma “mágoa” com João Azevêdo (PSB), atual governador e seu antigo aliado político. As declarações foram dadas durante o programa Correio Debate, da rádio Correio 98FM, desta quinta-feira (24).
Ricardo Coutinho concorreu ao Senado Federal em 2022, mas teve sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), por conta de sua inelegibilidade política. Naquele pleito, ele ficou em terceiro lugar, com 21,55% dos votos.
Agora, voltando a ser elegível, Ricardo pretende se candidatar à Câmara dos Deputados, querendo assumir um protagonismo ideológico no Congresso Nacional.
“Eu sou pré-candidato a deputado federal. Cheguei a essa decisão, primeiro, porque eu não queria ser usado nessa história de candidatura majoritária. Segundo, eu olhei o congresso e eu tenho uma profunda discordância com o conteúdo ideológico. Eu acho que precisamos fortalecer uma bancada que precisa defender a soberania no cenário global e defender uma ideologia”, disse o político.
Mágoa de João Azevêdo
Ricardo Coutinho também não poupou críticas a João Azevêdo. Os dois eram aliados políticos do PSB, e Ricardo foi o principal apoiador de João para a eleição ao governo da Paraíba em 2018.
No primeiro ano de governo de João Azevêdo, os dois acabaram rompendo após o início da Operação Calvário, que tinha Ricardo Coutinho como principal alvo.
Seis anos depois, Ricardo Coutinho revelou que se soubesse o que aconteceria, ele não teria indicado João.
“Eu não diria erro, se eu soubesse o que viria, eu não o teria indicado, porque a gente não sabe o que vem depois. Eu esperava mais dele”, contou.
Projetando o cenário para 2026, onde João Azevêdo deve concorrer ao Senado, Ricardo avaliou que o atual governador não tem base e que sua liderança se sustenta pelo seu cargo.
“Eu acho que o atual governador não tem base. Ele não tem um deputado, não tem um prefeito. Não me parece que isso possa ser dito como uma base. Mas um bloco que voltou a ser do familismo, das oligarquias. Eu acho que a liderança (de João Azevêdo) se sustenta na caneta”, afirmou.
Em 2021, Ricardo Coutinho saiu do PSB e se filiou ao PT, legenda que está até hoje. O político contou que não sente saudade do seu antigo partido e disse que lá ele era visto como um “infiltrado”.
“Eu não. Na verdade, eu era visto dentro do PSB como um cara petista, diziam que eu era um cara infiltrado pelo PT. Na verdade, eu tenho um projeto político que eu vou defender”, completou.